Comunidade LGBT+ na ditadura militar | Lançamentos digitais relembram a história

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Em mais um aniversário do golpe de Estado de 1964, a Casa 1 e o Acervo Bajubá lançarão materiais digitais sobre o período (1964-1985), como parte de suas iniciativas de mediação e produção cultural sobre memórias e historiografia LGBT+. A primeira dessas iniciativas é o podcast Passagem Só de Ida, que traz dois episódios com relatos sobre a ditadura: o primeiro foi ao ar no dia 29 de março e conta a história do artivista Leo Moreira
Sá. O segundo foi publicado no dia 5 de abril, com os relatos da artista Gretta Star. O Passagem Só de Ida é uma iniciativa da Casa 1 e do Acervo Bajubá, com apoio da Rede de Mulheres Imigrantes Lésbicas e Bissexuais (Rede MILBI). Em episódios de cerca de uma hora, o programa compartilha histórias de vida de pessoas LGBT+ brasileiras
e estrangeiras que migraram para a cidade de São Paulo ou passaram pela cidade em algum momento de suas vidas. Cada programa traz o relato dos processos de deslocamento físico e subjetivo dos entrevistados, que assim podem recontar e ressignificar suas trajetórias.

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Reprodução

Nesse sentido, o episódio lançado no dia 29 de março conta a história do artivista transexual Leo Moreira Sá. Em seu relato, Leo narra uma busca incessante pela sua identidade que, inicialmente, foi afetada pela falta de liberdade imposta pela ditadura. Em suas palavras: “Eu comecei a entender que o que estava me matando também era a falta de liberdade. O golpe militar aconteceu em 64, eu já tinha nascido. Então, eu passei toda a
minha infância e adolescência e parte da vida adulta na ditadura. E sendo uma pessoa transexual. Então eu ter sobrevivido também é muito lucro”. O episódio está disponível nos serviços de streaming. No hotsite do podcast
também é possível conferir algumas fotos cedidas por Leo, uma playlist montada com as músicas citadas em seu relato, além de documentos do Acervo Bajubá e vídeos disponíveis online que materializam alguns dos espaços e experiências citados por ele. Já no dia 05 de abril, foi lançado o episódio com Gretta Star, artista que migrou de
Santos para São Paulo na década de 1970 e, diferentemente de Leo, afirma ter percebido a ditadura apenas anos após seu término. Citando Rogéria e o auge da arte transformista, as impressões e lembranças de Gretta, em certo sentido, complexificam o que foi a ditadura ao trazer outros modos de vivenciar e compreender politicamente um mesmo período histórico.

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Reprodução

Ainda no mês de abril, a Editora Monstra, da Casa 1, lança o dossiê “Se eu morrer”, desenvolvido pelo Instituto Temporário de Pesquisa sobre Censura a partir a história de Inês Etienne, única presa sobrevivente da Casa da Morte (Petrópolis/RJ). A publicação também relata as violências de Estado e de gênero durante o período da
ditadura e conta com apresentação do grupo de trabalho Jurídico da Casa 1, texto da pesquisadora Isabel Cristina Leite e um posfácio de Julia Gumieri. Ao longo das próximas duas semanas, a página do Acervo Bajubá também divulgará produções culturais e documentos de seu acervo que foram produzidos durante o período
da ditadura. Neste mês, a Casa 1 também dará continuidade à mediação virtual realizada no site do Instituto Temporário de Pesquisa sobre Censura, a partir da exposição “Orgulho e Resistência: LGBT na ditadura”, inaugurada em outubro de 2020 no Memorial da Resistência de São Paulo. Em cartaz até 17 de maio, a mostra traz um recorte histórico sobre as relações entre autoritarismo, diversidade sexual e gênero durante a ditadura
civil-militar. O Instituto Temporário de Pesquisa Sobre Censura é um grupo de arte e pesquisa da Casa 1 voltado para a investigação da censura no Brasil desde o processo de colonização. Por meio desta plataforma, pensada como uma espécie de sala de mediação virtual, a Casa 1 desenvolve materiais articulados aos eixos curatoriais da exposição, reunindo um conjunto de imagens, ideias, áudios, textos ilustrações e propostas de atividades.

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