Naked Boys Singing! é um espetáculo de teatro musical, ícone da cultura gay, que estreou no Hollywood ‘s Celebration Theatre, em Los Angeles nos Estados Unidos, em 1998, e que posteriormente foi montado em New York, onde se tornou o segundo musical mais longevo off-Broadway. Produzido em mais de 20 países, desde a sua estreia sempre esteve em cartaz em algum lugar do mundo.
No Brasil, a nova montagem esteve em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno (2021) e, devido ao sucesso, retornou em cartaz com nova temporada presencial, em janeiro de (2022), no Teatro Nair Bello.
Com músicas pujantes, tocadas ao vivo por um ator/pianista e defendido com energia e vitalidade por dez atores/cantores/bailarinos, além de uma equipe criativa com nove artistas. O espetáculo é dividido por 15 atos musicados, que abordam temas distintos relacionados ao corpo masculino, do cômico nonsense ao drama.
Segundo o diretor Rodrigo Alfer, a pele exposta, desta vez, no musical tem um significado mais amplo e poético, principalmente pelo momento de pandemia em que fomos obrigados a nos cobrir, e temermos o corpo e contato com o outro. O musical além de libertador é uma celebração à vida.
O Musical
Naked Boys Singing! Possui a estrutura de um gênero que surgiu na França no século XV, o Vaudeville, nele artistas se apresentavam através de números musicais, de dança, acrobacias, mágicas, atletas, grupos ciganos e números com animais. No seu início, os espetáculos eram apenas dirigidos para homens, pois seus números eram considerados grosseiros e chulos.
No século XIX nos EUA e Canadá ganhou contornos de comédia ligeira e foi a principal forma de entretenimento da classe média burguesa tornando-se uma diversão para toda a família. No Brasil houve uma junção entre os termos que pode ser encontrada como opereta, variedade e teatro de revista.
Diferente de seu intuito inicial, que era somente entreter a burguesia, Naked Boys Singing! joga luz em temas como, circuncisão, masturbação, HIV, ereção involuntária, corpo padrão, gordofobia, pornografia e outras surpresas, além, é claro, de falar de amor.
O nu masculino na arte
Na história da arte figurativa, o nu existe desde os primórdios, foi praticado em diversas culturas como egípcias e assírias. Ao buscar um recorte em nossa cultura ocidental para o corpo masculino, é possível encontrarmos a forma de como foi retratado. Na Grécia antiga, berço de nossa civilização, esteve presente tanto nas artes quanto na mitologia, onde encontramos seres com figurações masculinas e fálicas, como é o caso do deus Príapo.
Com o passar do tempo, o corpo nu masculino entrou para os estudos de anatomia, onde se fortaleceram nas instituições de arte e deixaram de ser algo provocativo, sendo retomado nos anos sessenta através de performances artísticas.
No Brasil, o espetáculo musical americano Hair, que em 1969 esteve em cartaz na cidade de São Paulo, com atores hoje consagrados, como Ney Latorraca, Antônio Fagundes e Sônia Braga, é considerado o primeiro espetáculo teatral
com nu frontal coletivo, seguido por espetáculos do Teatro Oficina e por Raul Cortez que verdadeiramente fez o primeiro nu frontal masculino do teatro brasileiro, no celebrado espetáculo O Balcão, de Jean Genet.
Após esse período, o nu, principalmente o masculino, foi perdendo a sua força no que se diz respeito ao seu uso nas artes, e praticamente se tornou um tabu. Diferente do corpo feminino que sobreviveu, mas a serventia de um mundo patriarcal e machista.
Muito se fala da nudez gratuita ou de sua conotação mercadológica para se vender ingressos. Também se é dito que o nu ficou no passado e que ninguém mais se interessa. Com o advento da internet e da pornografia a mão de quem quiser, o nu foi atrelado a uma categoria menor, colocado num nível abaixo até mesmo por artistas.
Ficha Técnica:
- Idealização: Robert Schrock
- Versionista: Rafael Oliveira
- Direção: Rodrigo Alfer
- Direção Musical: Ettore Veríssimo
- Assistente de Direção Musical: Gabriel Fabbri
- Direção Coreográfica: Alex Martins
- Assistente de Coreografia: João Hespanholeto
- Direção de Acting: Érika Altimayer
- Cenário e Figurino: Daniele Desierrê
- Desenho de Luz: Rodrigo Emanuel e Rodrigo Alfer
- Operação de Luz: Rodrigo Emanuel
- Desenho de Som: Leonardo Costa
- Copista: Rafael Gamboa
- Produção e Cenotecnia – Alexandre de Marco
- Produção: Alexandre de Marco
- Produção Bacana Produção Artísticas & Mosaico Produções
- Elenco: André Lau, Aquiles, João Hespanholeto, Lucas Cordeiro, Ruan Rairo, Silvano Vieira, Victor Barreto, Naice, Tiago Prates, Rodrigo Serphan e Gabriel Fabbri – Pianista
Serviço:
- “Naked Boys Singing!”
- Últimas Sessões
- Teatro Claro Rio (Rua Siqueira Campos, 143 – 2º Piso – Copacabana, Rio de Janeiro – RJ)
- Sextas e sábados, às 20h; e domingos, às 19h
Ingressos:
- Plateia: Entre R$:120,00 e R$: 60,00
- Frisa: Entre R$:120,00 e R$: 60,00
- Balcão: Entre R$: 45,00 e R$: 90,00
- Site para vendas: https://bileto.sympla.com.br/event/71507
- Duração: 80 min
- Classificação indicativa: 16 anos
- Capacidade: 659 Lugares