Em parceria com o Alicerce Educação e apoio da Prefeitura Municipal de Campina Grande na Paraíba, a empresa Alpargatas desenvolveu o AlpaTRANSforma, um projeto voltado à inclusão social de pessoas transexuais no mercado de trabalho. Ao todo, 34 pessoas foram contempladas com aulas de reforço de ensino básico, com o intuito de prepará-las para novas oportunidades nas fábricas da Alpa. O projeto teve grande sucesso ao contratar 28 pessoas para as vagas da empresa e por isso, hoje, está em expansão, visando aumentar para 60 o número de colaboradores trans, também na cidade de Santa Rita.
Com o desejo de ampliar a diversidade e inclusão na sua maior fábrica, mas com dificuldade de encontrar pessoas candidatas para as vagas, a Alpargatas procurou reforçar e desenvolver a educação de base de transexuais como estratégia para mudar este cenário. Após três meses de estudos, todas as pessoas participantes do curso foram contempladas com uma cerimônia preparada pelos envolvidos para receberem os certificados de conclusão.
“A parceria com a Alpargatas viabilizou a atuação do Alicerce Educação na capacitação profissional desses alunos e alunas, por meio de metodologia inovadora na recuperação de defasagens de ensino. Isso foi feito de forma personalizada, para que os objetivos fossem alcançados de maneira assertiva. Além de receberem aulas de matemática, português e leitura, os alunos e as alunas foram expostos a conversas que estimulam o pensamento crítico, autoconfiança e apoio socioemocional em alinhamento com a missão Alpargatas. Temas como educação digital, educação financeira, habilidades para o trabalho, também foram tratados.” Afirma Mônica Weinstein, VP de Desenvolvimento e Pesquisa no Alicerce Educação.
De acordo com um estudo feito pela plataforma #VoteLGBT, seis em cada dez pessoas perderam seus empregos devido à Covid-19. A taxa de desemprego entre as pessoas que integram a comunidade é de 17,15%, mas, quando analisadas apenas as pessoas trans, o percentual sobe para 20,47%. No primeiro trimestre de 2021, o IBGE mostrou que a taxa de desocupação estava crescendo cada vez mais entre os grupos minoritários, e a falta de formação é uma das causas responsáveis pela ausência de oportunidades no mercado de trabalho.
“Além da baixa empregabilidade das pessoas trans, que é de 4%, considerando empregos formais com possibilidade de promoção e progressão de carreira, e 6%, levando em conta atividades informais e subemprego, 90% estão na prostituição, geralmente porque não encontram muitas outras perspectivas de vida”, destacou Laryssa Almeira, Secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação de do Município de Campina Grande.
Na formatura da primeira turma, de forma online, o vice-diretor do People Global da Alpargatas, José Roberto Daniello disse estar honrado em prestigiar a formação do AlphaTRANSforma, que é fruto de um trabalho em equipe. “Parabenizo a todos e reforço a importância da parceria com a Prefeitura de Campina Grande”, ressaltou o vice-diretor. Segundo ele, o momento da empresa é de sensibilização sobre o tema da Diversidade e de mobilização para inclusão social de pessoas transexuais, assim como para a ampliação da representatividade LGBTQI+ no meio corporativo.