Viajar é um desejo que muitos compartilham, mas as preocupações financeiras podem parecer um obstáculo insuperável. No entanto, com planejamento e algumas estratégias, é possível economizar e tornar a viagem anual uma realidade. Além disso, especialistas concordam que não há motivo para se endividar por conta de uma viagem, sendo possível organizá-la de forma a ter todas as despesas quitadas assim que o passeio terminar.
Para isso, uma abordagem sólida começa com a alocação de um orçamento realista e a busca por oportunidades de economia, como promoções e descontos em passagens aéreas e hospedagem. Investir em títulos pós-fixados e controlar os gastos mensais, considerando tanto os menores quanto os maiores custos, também pode contribuir para um planejamento financeiro eficiente. Um agente autônomo de investimentos, por exemplo, pode fornecer orientações específicas e personalizadas para otimizar a gestão financeira das programações.
Quando o planejamento envolve a gestão de moeda estrangeira, é importante seguir recomendações específicas para destinos com moedas mais valorizadas ou desvalorizadas em relação ao real. Ao adotar essas práticas, é possível desfrutar de viagens anuais sem comprometer a saúde financeira pessoal. O blog “Bora Investir”, da B3, bolsa de valores brasileira, lista uma série de dicas e orientações dadas por especialistas.
Estabeleça um orçamento realista
Antes de embarcar na jornada do planejamento de viagem anual, é de suma importância definir um orçamento realista que abranja todas as áreas de despesas previstas. Ao compreender claramente quanto dispor para a aventura, é possível estar equipado para tomar decisões financeiras informadas.
A dica é incluir não apenas passagens e hospedagem, mas também considerar cuidadosamente os gastos com alimentação, atividades e outras despesas incidentais. Essa base permite identificar áreas em que é possível economizar, ao mesmo tempo que assegura a disponibilidade de meios adequados para aproveitar cada momento da viagem.
Saiba em quê investir para uma viagem
No que diz respeito ao investimento para viagens, dado o prazo de até 12 meses, a abordagem mais prudente é optar por alternativas seguras. Recomenda-se investir em títulos pós-fixados que seguem a taxa Selic, como o Tesouro Selic e certificados de depósito bancário (CDBs), seja com liquidez diária ou com vencimento próximo à data da viagem.
Conforme especialistas consultados pelo blog da B3, investir em CDBs sem liquidez diária tende a gerar retornos superiores em relação aos resgates dia a dia. Enquanto CDBs com liquidez diária oferecem taxas entre 100% e 103% do certificado de depósito interbancário (CDI), CDBs com vencimento em um ano proporcionam rendimentos na faixa de 111% a 113% do CDI.
Essa diferença é importante para quem pretende investir, por exemplo, o 13º salário ou um bônus anual ao longo de um ano. Contudo, se a estratégia envolver economizar mensalmente até a data da viagem, a discrepância entre os títulos será menos significativa.
A poupança não é aconselhada para esse propósito, devido à sua rentabilidade baixa (equivalente a 70% da Selic) e à limitação de rendimentos após a data de aniversário. Para aplicações um mês antes da viagem, a orientação é manter o dinheiro em uma conta corrente, a fim de evitar taxas de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), caso haja a necessidade de resgatar o montante em menos de um mês.
Inclua gastos maiores no orçamento mensal
Gastos mais substanciais devem ser incorporados ao planejamento mensal. O enfoque mensal de investimento pode se concentrar em despesas relacionadas à viagem, como alimentação e atividades. É aconselhável, ao estimar esses gastos, reservar uma margem de 10% a 20% adicional para imprevistos.
Por outro lado, despesas maiores como passagens aéreas e hospedagem requerem antecipação na compra. Nesses casos, se o orçamento estiver restrito e não houver economias prévias, é possível parcelá-los no cartão de crédito e distribuir esses custos ao longo do período até a viagem. Essa estratégia permite aproveitar ocasiões de descontos vantajosos.
Compre moedas aos poucos para viagens internacionais
Ao planejar viagens para países com moedas mais fortes que o real, como dólar e euro, aconselha-se dividir o valor planejado para despesas em duas partes. Metade pode ser investida e a outra destinada à aquisição gradual da moeda do destino. A ideia é possibilitar a conversão de uma parte mensalmente em um cartão pré-pago, sujeito a 1% de IOF, evitando gastos no cartão de crédito devido à alta taxa de 6,38% de IOF.
Para não correr riscos de flutuação cambial, é recomendado fazer uma média de preços ao comprar moeda estrangeira. Em países com moedas desvalorizadas, como a Argentina, é aconselhável investir o dinheiro e convertê-lo de uma vez usando remessas seguras, como Transferwise (atualmente chamado só Wise) ou Western Union, ao chegar ao destino.