Coletivo Caracóis Estreia Náusea na Oficinal Cultural Oswald de Andrade

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As impossibilidades e novas possibilidades de amor ocorrentes pelo atravessamento da situação pandêmica é o mote do projeto Tríptico Elas: Amor em Tempos de Pandemia, do Coletivo Caracóis. A partir da perspectiva do amor entre lésbicas o grupo criou dois espetáculos on-line, Elas (2020) e Elas à Deriva (2021) e agora encerra a pesquisa com a estreia e temporada do terceiro episódio do tríptico, o espetáculo presencial Náusea.

Com as três obras dedicadas à perspectiva da representatividade lésbica, a trilogia volta à cena no Dia da Visibilidade Lésbica, 29 de agosto, terça-feira, às 19h30, no Cineclube da Oficina Cultural Oswald de Andrade com a exibição, seguida de bate-papo, do experimento cênico-virtual Elas (transmitido simultaneamente pelo canal do YouTube do Coletivo Caracóis). O primeiro episódio volta ao ar no dia 3 de setembro, domingo, às 19h, no canal do YouTube do grupo

Elas à Deriva também ganha novas exibições no dia 30 de agosto, quarta-feira, às 19h30 no Cineclube da Oficina Cultural Oswald de Andrade com transmissão simultânea pelo canal do YouTube do Coletivo Caracóis e no dia 3 de setembro, domingo, às 21h, somente no canal do YouTube do grupo.

Já Náusea, que fecha a trilogia Tríptico Elas: Amor em Tempos de Pandemia – contemplado pelo edital do ProAC para Produção e Realização de Projeto Cultural LGBTQIA+ – estreia presencialmente dia 31 de agosto, quinta-feira, às 19h30 (apresentações de 1º a 6 de setembro, quinta, sexta, segunda e terça-feira às 19h30 e sábado às 18h), na sala 3 da Oficina Cultural Oswald de Andrade.

Os três espetáculos contam com criação de Carina Murias, Carol Moreno, Fernanda Heitzmann, Náshara Silveira e Sol Faganello. A dramaturgia é de Carina Murias e a direção é de Náshara Silveira e Sol Faganello. Em cena estão as atrizes Carol Moreno e Fernanda Heitzmann. A artista Maria Carolina Ito participou da criação dos dois primeiros episódios do tríptico.

Ambiente virtual

Em Elas (2020), primeiro episódio do tríptico, a partir da história de duas mulheres que se relacionavam amorosamente e se afastam fisicamente por conta do início da pandemia, o Coletivo Caracóis reflete sobre o baque causado no início do isolamento social e todas as suas dinâmicas: os medos e inseguranças, as mudanças drásticas de rota e adaptações. O experimento cênico-virtual acontece dentro do Zoom, plataforma comumente utilizada nas adaptações que o teatro precisou realizar para continuar existindo dentro da rede.

O segundo episódio, realizado em 2021, Elas à Deriva, propõe um mergulho ainda mais profundo, um mergulho para dentro ao revelar o ambiente íntimo de cada personagem. O espectador adentra o quarto das protagonistas e, com elas, percorre as dores deste corpo isolado como que em uma ilha solitária, que vive às sombras do amor que existia antes.

Novamente o coletivo atua ligado às questões que surgiram naquele ano, o cansaço frente ao isolamento, a falta de perspectiva, o terror da morte, os corpos separados do convívio. A obra também ocorreu dentro do ambiente on-line, propondo uma itinerância pela internet, na qual o espectador inicia a trajetória dentro do WhatsApp e finaliza em uma live no Instagram.

De volta ao presencial

Agora, em 2023, o Coletivo Caracóis pretende refletir sobre o período de retorno ao convívio dos corpos, das artistas e das personagens, carregados pela experiência pandêmica. O espetáculo parte da náusea como um estado de vertigem, de estar fora do eixo, em constante desequilíbrio frente ao isolamento e à realidade do país, com aumento do discurso conservador, retrógrado e violento.

Parafraseando Jean Paul Sartre, o estado de náusea se apresenta pela falta de perspectiva na realidade, e como, confronto a este estado de desajuste, as artistas vislumbraram a ideia e ideal de afeto, de amor expandido, como forma de reconexão à realidade e enfrentamento social. Depois de vivida a tragédia, qual o lastro que ainda pode reconectar-nos ao mundo? Qual estado de amor ainda nos cabe?

“Nos interessa neste trabalho abordar principalmente o impacto destes tempos nos corpos das mulheres e lésbicas. Compreendemos que o amor entre lésbicas representa, para além da esfera particular, ato de resistência público-política”, pontua uma das diretoras Sol Faganello.

Serviço:

TRÍPTICO ELAS: AMOR EM TEMPOS DE PANDEMIA

Coletivo Caracóis

Oficina Cultural Oswald de Andrade – Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro, São Paulo.

Canal do YouTube do Coletivo Caracóis [youtube.com/@coletivocaracois1163].

ELAS (episódio 1)

Dia 29 de agosto, terça-feira, às 19h30, no Cineclube da Oficina Cultural Oswald de Andrade (presencial com bate-papo após a apresentação) e canal do YouTube do Coletivo Caracóis.

Dia 3 de setembro, domingo, às 19h, no Canal do Youtube do Coletivo Caracóis.

60 minutos | 14 anos | Gratuito

Brasil, 2020. Elas não estão juntas. O que eram dias, se tornaram meses e elas já perderam as contas. Apesar dos quilômetros que as separam, um encontro é marcado em uma plataforma virtual: o olho no olho, o toque, o cheiro, a possibilidade de um último beijo não existem. “E se tudo isso não tivesse acontecido, como estaríamos agora?”

Criação – Carina Murias, Carol Moreno, Fernanda Heitzmann, Maria Carolina Ito, Náshara Silveira e Sol Faganello. Direção – Náshara Silveira e Sol Faganello. Dramaturgia – Carina Murias. Texto e Atrizes – Carol Moreno e Fernanda Heitzmann. Iluminação e Sonoplastia – Maria Carolina Ito. Arte Gráfica, Fotos e Vídeos – Polvo Produções | Sol Faganello. Produção e Realização – Coletivo Caracóis.

ELAS À DERIVA (episódio 2)

Dia 30 de agosto, quarta-feira, às 19h30, no Cineclube da Oficina Cultural Oswald de Andrade (presencial com bate-papo após a apresentação) e canal do YouTube do Coletivo Caracóis.

Dia 3 de setembro, domingo, às 21h, no Canal do Youtube do Coletivo Caracóis.

30 minutos | 14 anos | Gratuito.

Brasil, 2021. Elas ainda não estão juntas. Submersas em seus quartos, mundos particulares, afundam nas memórias de quando os dias eram amor. Sozinhas, mergulham fundo naquilo que resta depois do fim, como se à deriva em um vasto oceano, sem saber pra onde ir. Elas lutam para restabelecer suas rotinas, para decantar os turbilhões, escancaram a poesia contida no cotidiano e na dor do não saber o que será. Navegam em silêncio, embaladas por mensagens de uma voz conhecida, na tentativa de encontrar recomeço. A partir de uma experiência performativa pelas redes, o público se torna voyer de suas intimidades. “Aí é água só, que me abraça toda, pra gente ganhar horizonte”.

Criação – Carina Murias, Carol Moreno, Fernanda Heitzmann, Maria Carolina Ito, Náshara Silveira e Sol Faganello. Direção – Náshara Silveira e Sol Faganello. Dramaturgia – Carina Murias. Texto e Atuação – Carol Moreno e Fernanda Heitzmann. Concepção de Trilha Sonora – Maria Carolina Ito. Direção audiovisual – Sol Faganello. Produção Audiovisual – Polvo Produções | Sol Faganello. Produção e Realização – Coletivo Caracóis.

NÁUSEA (episódio 3)

Dias 31 de agosto e 1º, 2, 4, 5 e 6 de setembro, quinta, sexta, segunda e terça-feira, às 19h30 e sábado, às 18h, na sala 3 da Oficina Cultural Oswald de Andrade.

60 minutos | 14 anos | Gratuito. Na sessão de sábado haverá bate-papo após a apresentação

Brasil, fundo do mar ou Marte. Um casal de lésbicas se reencontra em vários tempos. Elas. Iguais e diferentes. Transmutadas. Em desajuste. Após a ressaca do período de isolamento, da náusea frente à realidade que se apresenta, qual o lastro que ainda pode reconectá-las ao mundo? O espetáculo é a parte final do projeto Tríptico Elas: Amor em Tempos de Pandemia.

Criação – Carina Murias, Carol Moreno, Fernanda Heitzmann, Náshara Silveira e Sol Faganello. Direção – Náshara Silveira e Sol Faganello. Dramaturgia – Carina Murias. Elenco – Carol Moreno e Fernanda Heitzmann. Dramaturgia Sonora e Trilha Original – Camila Couto. Direção de Movimento – Ana Paula Lopez. Iluminação – Sarah Salgado. Operação de Luz – Jessica Catharine. Direção de arte Juliana Jurado e Paula Giavarotto. Cenário – Juliana Jurado. Figurino e Adereços – Paula Giavarotto. Adereço escafandrista – Ju Navarro. Arte Gráfica – Paula Giavarotto, Sol Faganello e Natália Sayuri. Fotos e Produção Audiovisual – Polvo | Sol Faganello. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Produção – Náshara Silveira e Sol Faganello. Realização – Coletivo Caracóis.

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