A Copa do Mundo Feminina e o impacto social além do campo

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A olhos vistos, a Copa do Mundo de Futebol Feminino está provocando mudanças significativas e esperadas no cenário esportivo brasileiro, mas também está indo além ao provocar um importante impacto social fora das quatro linhas. Essa edição tem tudo pra se tornar um evento histórico por ter, além de tudo, impulsionado discussões sobre diversidade, igualdade de gênero e inclusão no país. 

Com o início do torneio, as jogadoras da atual seleção brasileira de futebol feminino têm recebido maior visibilidade e reconhecimento. Se esse destaque e esse protagonismo no cenário esportivo nacional têm impactado positivamente a autoestima das atletas e servido como inspiração para futuras gerações, esse impacto também se estende às atletas que desbravaram a prática do esporte ainda nas décadas de 80 e 90. 

O evento tem promovido o resgate da história do futebol feminino no Brasil, desafiando tabus e estereótipos arraigados na sociedade brasileira. Há 44 anos, a revogação da lei que proibira a prática do futebol pelas mulheres em 1979 marcou um importante avanço no caminho da igualdade de gênero no esporte.

“Eu acredito que com um time diverso de produtores de conteúdo e influenciadores seja possível proporcionar ao público uma nova experiência. Ter mulheres falando de futebol tão bem quanto homens, ou ainda melhor, é uma quebra de tabu muito grande. Estamos falando isso em um momento desafiador. No ano da Copa do Mundo de Futebol Feminino, tivemos notícia em Belo Horizonte de uma família que precisou ir à justiça para garantir o direito da filha de jogar bola no time dos garotos. O papel dos influenciadores é mostrar que as mulheres também têm voz e também que é possível que novas Martas despontem em todas as práticas de esporte”, destaca Luciana. 

Mas não para por aí, a Copa do Mundo de Futebol Feminino tem despertado o interesse de patrocinadores e investidores no futebol feminino, o que resultou em maior apoio financeiro para as jogadoras. Esse investimento deve contribuir para a melhoria das condições de treinamento e infraestrutura, proporcionando um ambiente mais propício para o desenvolvimento das atletas. Além disso, o destaque, a cobertura jornalística e a produção de conteúdo desta edição da Copa já são imensamente superiores às outras. 

“Esporte é para todos! A igualdade de gênero e a inclusão no futebol, por exemplo, já deveria ser óbvio. Mas infelizmente ainda não é. Se o esporte é pra todos, “, disse.

O poder da influência hoje 

Diante desse cenário transformador, Luciana Leitte, que é a empreendedora à frente da LL Cultural, destaca a importância da visibilidade e do apoio aos influenciadores que estão engajados em quebrar tabus e promover uma mudança positiva no cenário esportivo. Através de seu casting diverso e engajado, a LL Cultural tem como objetivo amplificar vozes, destacar histórias inspiradoras de mulheres no esporte e promover uma cultura mais inclusiva e representativa. 

Sobre o papel dos influenciadores nesse cenário de mudanças, Luciana entende que essa edição da Copa Feminina é uma oportunidade única para inspirar mudanças. “A diversidade de influenciadores e de vozes femininas contribuem para mais mudanças. Hoje, na Copa, temos mulheres com muita propriedade falando sobre futebol. São mulheres que são referência e que podem incentivar outras pessoas a seguir este caminho”, afirma Luciana Leitte. Ela acredita no poder transformador do futebol feminino e de suas influenciadoras para causar um impacto positivo na sociedade, trazendo à tona discussões relevantes sobre diversidade, igualdade de gênero e inclusão. 

Perguntada sobre quais histórias inspiradoras de mulheres ela gostaria de compartilhar, Luciana destaca haver inúmeras, “o maior exemplo, por mais que pareça óbvio, é a Marta. Uma mulher preta, lésbica e a melhor do mundo. Muito melhor que o Pelé e que o Neymar. Ela venceu muito mais vezes. Mas, mesmo assim, o salário dela ainda é muito inferior. A Marta quebrou tabus, se assumiu publicamente e que representa todas nós. É um exemplo de mulher, de empresária e de profissional. E ela, por ser da comunidade LGBTQIAP+, incentiva muita gente. Tanto ela, quanto a Formiga são mulheres pretas, lésbicas, referências mundiais e que estão por aí quebrando muito tabu e mostrando que mulher sabe jogar futebol, sim. Às vezes muito melhor que muito homem”, disse. 

A arte de influenciar 

Quando influência é o assunto, podemos destacar o trabalho da Fernanda Hermsdorff. Belorizontina de coração, ela é o retrato da juventude, é completamente apaixonada por futebol, transformou essa paixão em trabalho e hoje cobre jogos do Cruzeiro na TV. Para Luciana, “a Fê é exatamente o que queremos ver como resultado dessa Copa do Mundo de Futebol Feminino: mais diversidade, mais espaço, mais respeito, mais inclusão e mais reconhecimento”. 

A presença de mulheres no cenário esportivo, tanto dentro, quanto fora das disputas, ainda enfrenta desafios significativos, da falta de investimento e infraestrutura adequada até o

preconceito de gênero e a desigualdade salarial. E é fato que a relação do País do Futebol com a modalidade feminina do mesmo esporte sempre foi extremamente preconceituosa. Essa edição da Copa é uma oportunidade ímpar para chamar a atenção para os muitos problemas que ainda existem e inspirar ações e mudanças. A visibilidade e o prestígio do evento podem contribuir para que as mulheres no esporte, e fora dele também, sejam reconhecidas e valorizadas, incentivando mais investimentos e oportunidades em todas as esferas. 

Além do desempenho em campo, o que temos visto é que as jogadoras influenciam de forma positiva a sociedade e ajudam a promover mudanças que vão além do campo. Para Fernanda, isso realmente acontece e, “apesar de ainda existir preconceito, as portas estão se abrindo para nós, mulheres. E isso é muito importante! Antes, era quase impossível se pensar em uma mulher comentarista de futebol. E hoje em dia está se tornando uma coisa mais comum, por mais que a gente sofra muito mais críticas do que o homem. Tanto narradoras, quanto jornalistas ou comentaristas, as mulheres sofrem muito mais com julgamentos por um erro do que o homem. Ainda assim, temos muito mais espaços que no passado. É tentar inspirar essas meninas com a nossa visibilidade, nesse momento que a Copa do Mundo está no auge, que a gente está ganhando mais espaços e que estamos sendo convidadas para falar sobre isso, pra poder inspirar e mostrar que temos que ocupar esses espaços que antes eram apenas masculinos”, finalizou Fernanda. 

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