O ator paulistano Claudio Bruno não foge de um bom desafio e está rodando o mundo, virtualmente, com a série “A Todo Vapor”, que acaba de chegar a mais de 90 países pela Amazon Prime Video. É a primeira série brasileira de steampunk e tem criação de Felipe Reis e Enéias Tavares, com produção da Cine Kings Produções e de Brasiliana Steampunk, e co-produção da Blues Content e Anim All.
Steampunk, também conhecido como Vapor Punk ou Tecnavapor (abreviação de ”Tecnologia a Vapor”) é um subgênero da ficção científica, ou ficção especulativa, que ganhou fama no final dos anos 1980 e início dos anos 1990.
São ao todo oito episódios com personagens clássicos da Literatura Brasileira como Capitu (“Dom Casmurro”), Juca Pirama (do poema de Gonçalves Dias) e Bento Alves (“O Ateneu”), interpretado por Claudio Bruno com uma releitura bem moderna como personagem gay nesta trama, com direito a formar casal com Sérgio Pompeu, interpretado por Pedro Passari.
O enredo traz os detetives paulistanos Juca Pirama e Capitu Machado indo à Vila Antiga dos Astrônomos para investigar uma série de crimes rituais. Para os ajudar, os heróis do Parthenon Místico são chamados.
E este time conta também com outras presenças ilustres que incluem a misteriosa viúva Aurélia Camargo (“Senhora”), o padre Eugênio Guimarães (“O Seminarista”) e o ambicioso industrial Henry McHell. No centro desse mistério, os arcanos do tarô e uma seita profana envolvendo Pamu o Venerável! No elenco também estão: Thais Barbeiro, Pamela Otero, Luiz Carlos Bahia, Antônio Destro, Paulo Balteiro, Bruna Aiiso, Alessandro Imperador e Yoram Blaschkauer.
“Na primeira reunião com os outros atores, conheci o Pedro Passari, ator que ia interpretar Sergio Pompeu. De cara, tivemos uma conexão por termos vários amigos em comum do meio do teatro musical aqui em São Paulo. Tive a ideia de marcar ‘um laboratório’ com ele em casa. Como o Sergio Pompeu e o Bento Alves haviam se conhecido no colégio, pedi para o Passari trazer fotos de álbuns de infância e adolescência dele para trocarmos nossas experiências pessoais. Isso foi muito importante para ficarmos à vontade em cena”, conta Claudio Bruno.
O ator conta que sentiu uma grande responsabilidade ao interpretar Bento Alves “ porque sempre que você faz papel de alguém que existiu ou de alguma coisa clássica, é preciso ter uma certa responsabilidade para manter veracidade no que você está fazendo. Eu tive essa liberdade de o personagem vir 30 anos depois do que está no livro”.
Claudio detalha que, a pedido do diretor, seu personagem é seco, frio, com exceção das cenas em que ele está com Sérgio, onde mostra um pouco mais de afetividade. “O que eu acho mais legal é justamente este contraste. O Sérgio Pompeu na série é muito delicado, arrumadinho, chique. O Bento Alves é exatamente o oposto, mais rústico, isso que eu acho divertido”, conta.
Sobre a relação entre os dois personagens, é como se 30 anos tivessem se passado e os dois já tivessem resolvido muito bem sua relação, que é de amor, respeito e companheirismo. É o primeiro papel gay da carreira de Claudio Bruno, que buscou fazer um personagem sem esteriótipos, mais natural, próximo da realidade.
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Mas não para por aí o desafio de Claudio Bruno, que está com três projetos andando. “Eu estou fazendo o personagem de um jornalista em ‘O Mímico’, que vai ser uma série também. Já foi livro, já virou história em quadrinhos também e agora série. É sobre um anti-herói, um policial que tem a mulher assassinada no dia do casamento e ele se revolta e decide ter uma identidade secreta. Ele quer se vingar de tudo o que aconteceu e acaba descobrindo corrupção, um monte de coisas a partir disso. É uma figura paralela à polícia”, adianta.
O outro projeto é um filme independente que se chama “Paranoid”, um terror psicológico no qual ele faz o papel de um assassino psicopata que matou a família inteira. Ele aparece como alucinações para uma menina que está sendo manipulada e drogada por toda uma família.
E o terceiro projeto é uma novela que está para ser vendida, “Excelsior”, onde Claudio interpreta um mafioso na trama cheia de pessoas que trapacearam e ficaram ricas.
Corajoso
Claudio Bruno é também artista plástico e designer gráfico e teve sua formação em Teatro na Flórida, Estados Unidos, onde morou para avançar nos estudos de design. Mas os palcos o chamaram em uma voz impossível de ser ignorada. Claudio se lançou em diversos peças de teatro, principalmente o teatro musical, nos EUA e hoje conta em seu currículo com nove peças de teatro.
Já participou de diversos curtas-metragens e gravou comerciais de TV. Sua paixão e inspiração são o cinema italiano e os clássicos de Hollywood. Fala fluentemente inglês, italiano espanhol e francês. Pratica musculação, natação e luta jiu-jitsu.
Instagram:
@claudiobrunoator
@atodovapor.oficial