Designers viajam pelo interior do Brasil para mapear e contar histórias

LEIA TAMBÉM

- Publicidade -
- Publicidade -

Depois de um ano de mapeamento, pesquisas e viagens de documentação, a Rede Artesol (redeartesol.org.br)  acabou de lançar uma plataforma que conecta o público a mais de 100 grupos de artistas populares e mestres de todas as regiões do País através de histórias, imagens e do contato direto desses artistas cotidianos.  A iniciativa é uma espécie de manifesto que afirma a importância cultural de técnicas ancestrais que correm o risco de serem extintas por falta de valorização.

Para chegar ao mapeamento, ao todo, sete pesquisadores entre designers, jornalistas e articuladores sociais viajaram o País, de norte a sul, em busca de expressões culturais autênticas como a cerâmica tapajoara, os trançados tupinambás, o artesanato em couro do Cariri, a cerâmica do Vale do Jequitinhonha, as xilogravuras do sertão pernambucano, os pássaros amazônicos de miriti, entre outras manifestações.

As viagens incluíram passagem por 24 estados que possibilitaram o encontro com mais uma centena de grupos e mestres e a produção de entrevistas, fotos e vídeos.

A maior parte das obras é criada em comunidades isoladas como povoados quilombolas, assentamentos da reforma agrária, aldeias indígenas e vilas de rendeiras do sertão. Os artistas são pessoas de vida simples, pouca instrução formal, reconhecimento restrito, mas dotadas de talento, criatividade e expressividade únicos.

O grande desafio para a sobrevivência das técnicas tradicionais é a questão geracional, já que, em muitos dos casos, os filhos dos artesãos e artistas não conseguem se sustentar com o ofício aprendido com os pais e precisam migrar para a cidade para tentar outras fontes de renda. Com essa dinâmica, em algumas comunidades apenas os moradores mais velhos dominam os saberes tradicionais que podem morrer junto com os mestres.

Segundo Josiane Masson, coordenadora geral da REDE ARTESOL, “o foco da Rede Artesol é valorizar e projetar nacionalmente o trabalho artesanal, mostrando o talento e a criatividade dos artesãos, a diversidade de técnicas e matérias-primas presente nessa atividade, além de motivar novas gerações a manter vivo esse patrimônio imaterial. A ferramenta existe para o registro da memória desses conhecimentos e para facilitar a pesquisa e as conexões dos artesãos entre si, com os lojistas, consumidores e outros interessados no tema”. Com o fomento comercial do artesanato e da arte popular, espera-se motivar os grupos de arteãos e artistas se manterem ativos com renda digna.

Por isso, o novo portal apresenta um mapeamento com uma página para cada grupo/artesão com suas referências culturais e informações sobre as matérias-primas, técnicas utilizadas e produtos desenvolvidos, além de um ambiente em que os interessados poderão contatar diretamente as comunidades. “Vamos contar com uma interface dinâmica e capaz de articular artistas populares, mestres, grupos de artesãos, agentes de comercialização, profissionais, ONGs e programas governamentais de apoio”, conta a presidente da Artesol, Sonia Quintella. A ideia é que a Rede estimule novas relações de comércio mais justas e humanizadas entre artesãos, lojistas e até com o público final.

O projeto, que foi executado através da Lei Rouanet, incluiu a também a capacitação dos grupos para atuarem com divulgação e comercialização dos seus trabalhos através das redes socoiais. O portal da Rede Artesol ainda inclui um blog com reportagens exclusivas sobre o universo da produção artesanal no Brasil, um guia de tipologias e um conteúdo conceitual do artesanato brasileiro na perspectiva do patrimônio cultural imaterial.

 Sobre a ArteSol

ArteSol é uma organização sem fins lucrativos que atua há duas décadas investindo na valorização e promoção do artesanato tradicional brasileiro, através de estratégias focadas na sustentabilidade ambiental, econômica, social e cultural das comunidades de artesãos e artistas populares. A organização foi concebida em 1998 pela antropóloga Dra. Ruth Cardoso. As primeiras ações foram voltadas para o desenvolvimento regional com base no saber artesanal das regiões afetadas pela seca, principalmente no Norte de Minas Gerais e no Nordeste brasileiro. Hoje, o trabalho, ampliado e consolidado ao longo dos anos, está fundamentalmente voltado para a salvaguarda das técnicas artesanais de tradição brasileira como um patrimônio cultural e sua interface com o mundo contemporâneo; a formação continuada dos artesãos e o apoio à sustentabilidade dos grupos detentores desses saberes. 

Sobre a Rede ArteSol

A crença é no artesanato vivo e em rede, estimulando a criatividade e o empoderamento dos artesãos e incentivando mais pessoas a comprar os produtos a partir da cultura da sustentabilidade. O projeto da Rede ArteSol é uma iniciativa para esse fim: uma estratégia que conecta artesãos, comerciantes, instituições e consumidores interessados na promoção do artesanato nacional.

O site www.artesol.org.br/rede disponibiliza informações sobre o artesanato brasileiro, as técnicas utilizadas e os contatos dos artesãos, organizados por técnica, categoria, perfil e região. O objetivo é que essa Rede seja uma vitrine qualificada para apresentar os artesãos e seus saberes, uma ferramenta de pesquisa cultural, contribuindo para a valorização e salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Com a disponibilização dos contatos comerciais desses artistas e produtores, busca promover a aproximação com os consumidores, aumentando as possibilidades de venda e geração de renda.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -
- Publicidade -

Latest News

A importância do marketing inclusivo na indústria de viagens

O marketing inclusivo tornou-se uma peça fundamental na estratégia das empresas que buscam se destacar no mercado atual

More Articles Like This

- Publicidade -