CORRE Coletivo Cênico lança vídeo-podcast para discutir HIV/AIDS

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A partir de vivências soropositivas, o CORRE Coletivo Cênico lança de 06 a 10 de março segunda temporada com cinco vídeos-podcast intitulada Conversas pro Paraíso, que integra uma pesquisa a respeito de corpos conviventes com o HIV/AIDS, histórias ancestrais do hoje e do amanhã, transversalizadas com pautas que venham a debater de que forma este vírus interfere na construção identitária de corpos LGBTQIAP+. Os bate-papos serão publicados diariamente a partir das 12h nos perfis do Instagram @corre_ba e no youtube do coletivo.

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Reprodução

Os episódios tem como anfitriões os integrantes multiartistas do CORRE – Anderson Danttas, Igor Nascimento, Luiz Antônio Sena Jr., Marcus Lobo e Rafael Brito. A cada episódio um convidado distinto, que traz suas vivências e pesquisas a respeito do HIV/AIDS, buscando evidenciar a pluralidade e a diversidade de falas, para dialogar a respeito das seguintes pautas:

I – O que foi e onde estamos?, esta pergunta norteia o primeiro bate papo que traz como convidada a Rosaria Piriz, que tem 24 anos de experiência no GAPA – em que dialoga diretamente com pares que convivem com HIV/AIDS, dando orientação a cerca de medicação antirretroviral e outras informações, como Agente Parceira da Adesão. Neste episódio, o podcast busca trazer o relato dela para falarmos sobre o vírus e os caminhos de cura, seja ela científica ou social, onde estamos frente a elas, nesse exato momento.

II – Multiartista em processo, Ramon Fontes – que desenvolve reflexões em torno das questões de gênero e sexualidade, nas intersecções entre raça, saúde, território e memória – é o segundo convidado do Conversas pro Paraíso, para falar sobre Produções Posithivas, bate papo que vai ao ar dia 07 de março e compartilha produções que surgiram durante a epidemia do HIV/AIDS, escrevivências de corpas posithivas e performances artísticas acerca dessa temática. Ramon traz ainda relatos de 07 anos enquanto corpo posithivo.

III – O CORRE é um coletivo que impulsiona o AFETO, pensando nele o Conversas pro Paraíso dialoga no terceiro episódio sobre a seguinte pauta: Vamos Falar de Amor?, com o designer e fotógrafo Ton Schübber, militante e voluntário do GAPA, que traz suas vivências enquanto corpo soropositivo e o lugar do amor como tecnologia de sobrevivência. Ativista dos direitos de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS e Pessoas LGBTQIAP+, Schübber fala da importância do afeto, da acolhida, da família – sanguínea e de lida- e como ele enxerga o ativismo como estratégia para lidar com os preconceitos e violências sociais aos corpos soropositivos.

IV – O quarto episódio vai falar sobre a influência dos meios midiáticos como armas influenciadoras para construção e disseminação do medo e do pânico relacionado ao HIV/AIDS (1980) e a corpos LGBTQIAP+. Nesse episódio, com o tema O Poder da Mídia, o comunicólogo Moysés Toniolo, que já representou a seção baiana da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS, fala da sua trajetória na construção de políticas públicas de prevenção e cuidado a corpos soropositivos, traçando um paralelo de como foi e como está sendo estabelecido o papel da mídia a temática do HIV/AIDS. Toniolo já integrou a Comissão Nacional de IST/AIDS (Ministério da Saúde – 2006/2009) e representou a ANAIDS – Articulação Nacional de Luta contra a Aids no Conselho Nacional de Saúde entre 2016 a 2021.

V – No dia 10 de março, o CORRE lança o último episódio com o tema Novas Escritas, com o autor do livro Escrita Negro Posithiva o doutor em crítica cultura Mauricio Anunciação – bicha preta, periférico, poeta, escrev[hiv]ente e educador social. O que ainda podemos e devemos falar a respeito do HIV/AIDS? É respondendo a esta pergunta que neste episódio o Conversas pro Paraíso olha a frente, compartilha o que foi produzido pela comunidade LGBTQIAP+ e traz novas possibilidades do que se deve debates a respeito deste vírus que muito isola corpos gays..

A partir destes episódios, o Conversas pro Paraíso se propõe ir de contra a desinformação, a criação do medo, a culpabilidade, o silêncio, os armários subjetivos e as ilhas sociais. Tendo o diálogo como um ato que convoca a análise crítica da realidade, movimento de criação de novas narrativas, trazendo diversidade e representatividade para o processo e conteúdo final.

CORRE em pesquisa

O CORRE Coletivo Cênico criado por multiartistas, gays e negros, em fins de 2019, se debruça sobre os impactos da masculinidade na construção da identidade gay. Em 2021 estrearam de forma digital o espetáculo episódico PARA-ÍSO, que propõe uma reflexão sobre o modo como o HIV/Aids e o COVID-19 têm atingido os corpos gays, numa tentativa de tecer uma correlação entre as epidemias que distam em 40 anos. Além de tecer questionamentos sobre os vírus sociais que atingem essa comunidade durante esses períodos supracitados.

Após a temporada de estreia do espetáculo, foi lançada a primeira temporada do Conversas pro Paraíso, com oito bate papos com artistas, pesquisadores, corpos posithivos, jornalistas, entre outros, em que eles falavam a respeito da obra e as temáticas debatidas. Agora vídeo-podcast, o Conversas pro Paraíso pretende mergulhar ainda mais nessa pesquisa já iniciada, com o objetivo de amplificar vozes, compartilhar ideias, um encontro entre artistas que pautam o HIV em seus trabalhos.

Discutir a homossexualidade ainda é um tabu frente a moral e os bons costumes socias no país, assim como verter um debate sobre a soropositividade. “É pensando nisso que criamos este projeto, para construirmos novos imaginários afirmativos dos corpos que vivem com HIV, para que possamos combater, por sua vez, estigmas e preconceitos sociais. Queremos potencializar os movimentos de representatividade, validar a presença, atuação e narrativa de gays, bixas pretas e corpos posithivos. É reafirmar o direito de existir/amar”, explica Rafael Brito, integrante do CORRE e corpo posithivo há 07 anos.

O Conversas pro Paraíso tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura (Prêmio Cultura na Palma da Mão/PABB) via Lei Aldir Blanc, redirecionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

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